Ricardo Quaresma 83
 
sábado, fevereiro 11, 2006
QUARESMA: A Magia em discurso directo
No passado mês de Outubro, Ricardo Quaresma deu uma entrevista à revista "Dragões", a revista oficial do F. C. Porto.Nas linhas que se seguem vai poder descobrir-se um pouco mais sobre o "mágico" portista.
Os adjectivos para qualificar tanta obra de arte saída dos pés do extremo já esgotaram, mas
sublinhe-se que tudo aquilo que Quaresma faz com a bola só está ao alcance dos grandes artistas.



FUTEBOL COMO BRINCADEIRA

Questionado sobre como foi parar ao futebol, Quaresma respodeu assim: "Comecei na brincadeira, porque não gostava muito de futebol. Na altura gostava mais de hóquei em patins. Vivia em Campo de Ourique, perto do Casal Ventoso. O meu irmão é que ama o futebol. Sofre muito com o futebol. Ele começou a jogar numa equipa de bairro. Uma vez eu fui ver o treino dele e ele virou-se para o treinador das escolinhas e perguntou se eu também podia entrar. Lá fui, só mesmo para passar o tempo. Como não fazia nada era uma forma de estar ocupado. Assim, enquanto esperava pelo meu irmão, treinava. Depois comecei a gostar de futebol, comecei a evoluir. Com oito anos fui para o Sporting. A partir daí nunca mais parei. Com 16 anos comecei a ir à Selecção. Fomos campeões da Europa e tive a sorte de fazer dois golos na final. Claro que , com tudo isto, a escola ficou para trás. Tenho de reconhecer que nunca fui um miúdo de gostar muito da escola. Nunca tive muita vontade de estudar, mas estudava porque a minha mãe ralhava comigo. Só que eu fiz o meu primeiro contrato profissional com 16 anos e os treinos tornavam incompatível a frequência da escola. Hoje estou muito contente com a opção que tomei. Na altura nunca imaginei chegar ao futebol profissional tão cedo. Tive a sorte de ter um treinador que apostou em mim, como podia ter tido o azar de ter um treinador que me dispenssasse para um clube mais pequeno.


TOQUES DE GÉNIO

Com apenas 22 anos, Ricardo Quaresma tem grandes momentos de génio mas também sabe que todos os génios têm momentos de imcompreensão, isto porque nem todas as pessoas tem capacidade para compreender o "seu" futebol e a arte que lhe imprime. Quaresma diz que sempre reagiu bem ao facto de tão depressa ser considerado um génio como de repente o criticarem por se agarrar demasido à bola. "Não ligo às críticas. Não ligo muito a jornais. Não perco muito tempo com os comentários que possam fazer, talvez por isso sempre soube reagir a este tipo de situações".
Independente da fantasia criada pelo artista, o "egoísmo" porque foi tantas vezes acusado, já está mais desvanecido e o "génio" tem vindo a aperfeiçoar o seu modo de jogar, e, hoje em dia joga muito mais para a equipa tendo outra cultura táctica: "Todos os dias estamos a aprender coisas novas, trabalho para ser um jogador completo. Neste momento sinto-me muito bem. Sinto que estou diferente e, se calhar, já estou um jogador mais completo", explica.
Quanto a ver o jogo na televisão para perceber onde esteve bem ou mal, Ricardo afirma não ter por há bito fazê-lo, vê os resumos mas não os jogos completos com a intuito de se auto-criticar pois segundo o próprio sabe perfeitamente quando está bem e quando está mal e nesta altura diz estar a passar uma fase muito boa.
O 7 portista afirma que o facto de Co Adriaanse ser um treinador muito disciplinado, com gosto pelo futebol espectáculo e ao mesmo tempo tacticamente muito rijo é importante para a forma como está neste momento a jogar. Para ele, toda a equipa passou por um período menos bom na época passada mas este ano estão bem. O facto de muitas vezes não ter sido convocado nem jogar não o abalou pois considera-se muito forte psicologicamente.

A FAMOSA TRIVELA

Questionado sobre a forma como sai a trivela e se é treinada, Quaresma diz que não faz treino específico. "Sai-me naturalmente. É uma coisa que já vem comigo desde sempre. Quando entrei para a formação do Sporting, o "mister" César Nascimento e o "mister" Osvaldo Silva falavam-me muitas vezes e chamavam-me à atenção para dizer que eu não podia chutar assim e que tinha de utilizar a parte de dentro do pé. Só que eu sempre gostei de chutar com a parte de fora. Chuto melhor com a parte de fora do que com a parte de dentro. É um hábito não é uma questão de teimosia.Eu bem tentava fazer como eles me diziam, mas não adiantava nada porque a minha tendência natural era para tentar com a parte de fora do pé. Era assim que me saía bem e que me sentia bem".


BARCELONA: O PIOR MOMENTO DA CARREIRA
"O pior momento da minha carreira foi na fase do Barcelona. Tive problemas lá. Em termos profissionais correu-me tudo miuto mal. Depois estava para vir para o Europeu e parti o pé e fui operado. Foi um ano para esquecer em termos desportivos, mas em termos pessoais, fez-me crescer muito como homem.É preciso ver que eu tinha 20 anos e estava a viver sozinho. Não estava habituado a coisas que passei por lá. Não estou arrependido de nada, porque todos os problemas que tive em Barcelona acabaram por me fazer crescer como homem.
Eu e o treinador entrámos em guerra e, quando assim é, é o jogador que perde sempre. Talvez, se fosse hoje, eu reagisse doutra maneira. Costumo dizer que a maturidade também custa a ser aprendida. Mas nunca desanimei até porque adoro conquistar títulos. Já tive bons momentos quando fui campeão pelo Sporting, com o FC Porto ganhei uma Supertaça e a Taça Intercontinental".


QUARESMA E AS DERROTAS
Quem do futebol faz a sua arte, tem concerteza reacção aos jogos após os 90 min. Ricardo Quaresma não é excepção embora assuma peremptoriamente que tem "mau perder em tudo". Chega a abdicar de um jogo de cartas ou "playstation" com o irmão ou com a família porque se perde, não fala com eles, assim para não se aborrecer com ninguém , prefere não jogar. Agora imagine-se nos jogos, "sempre que perdemos um jogo, prefiro não ver ninguém, para não falar com ninguém".
Após os jogos, quer ganhe quer perca, Quaresma dorme sempre mal porque fica a pensar no jogo em si e no que fez bem e no que fez mal.Antes dos jogos dorme sempre tranquilo, seja qual for o adversário.

O "PESO" DA FAMÍLIA
Para o géniozinho cigano a família tem um grande "peso" nas suas decisões e em tudo o que faz. "Sou muito agarrado aos meus pais e aos meus irmãos, principalmente ao meu irmão, embora tenha mais duas irmãs mas que são mais novas. Tive uma infância muito difícil. Quando os meus pais se separaram a minha mãe não tinha possibilidade de alimentar os dois filhos que tinha e ele é que tomou conta de mim. A minha mãe ia trabalhar, porque ela tinha de trabalhar em dois ou três trabalhos seguidos, e o meu irmão é que me orientava. Olho para ele como um pai e não como um irmão, apesar dele só ter 25 anos. Tenho-lhe um respeito muito grande e tudo aquilo que eu possa fazer, primeiro falo com ele. Desabafo com ele todos os problemas que tenho. Há ocasiões em que fico a pensar no meu passado e vejo que às vezes passamos por coisas que, embora sejam difíceis, acabam por nos tornar diferentes. Hoje dou muito valor ao que ganho, porque sei o que é não ter nada. Há pessoas que nascem com tudo e acabam por não dar valor a nada. Eu era miúdo e custava-me muito ver os pais irem buscar os filhos aos treinos e todas as outras coisas. Eu não tinha nada disso, tinha que estar sempre à espera do meu irmão e às vezes ele é que me ia buscar à escola. Ia contente para casa, mas custava-me olhar para os meus colegas e ver que tinham ali os pais à espera. Penso que foi isso que me tornou uma pessoa muito forte psicologicamente. Hoje em dia sei lidar com todo o tipo de situações".
Fonte: Revista "Dragões" - Outubro 2005
Agradecimento especial: Marcia Amorim (cedeu a entrevista por mail)
posted by Magda @ 11:38 da manhã  
1 Comments:
  • At 5:04 da tarde, Anonymous Anónimo said…

    ola! já tive a oportunidade d t dizer q nao precisas d agradecer :) mas acho q s temos em comum o facto de admirarmos o Ricardo, só temos é de partilhar esta admiração e nada mais... portanto, estou sempre aqui para o que quiseres e precisares... beijinhos e continua assim, com O ESCELENTE TRABALHO q estás a desenvolver no blog ;)

     
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NOME: Ricardo Andrade Quaresma Bernardo

DATA DE NASCIMENTO: 26 de Setembro de 1983

SIGNO SOLAR: Balança

SIGNO CIGANO: Moeda

NATURALIDADE: Lisboa

POSIÇÃO EM CAMPO: Extremo - segundo o próprio a sua posição em campo é "PERDIDO"

INÍCIO COMO PROFISSIONAL: 16 anos

1º CLUBE COMO PROFISSIONAL: Sporting Clube de Portugal

CLUBES ONDE JOGOU (COMO PROFISSIONAL): Sporting, Barcelona e Porto

CLUBE ACTUAL: F. C. Porto

PRINCIPAIS TÍTULOS: Campeão Nacional (Sporting CP), 2 Supertaças (Sporting CP e FC Porto), Taça de Portugal (Sporting CP), Taça Intercontinental (FC Porto). Campeão Europeu Sub-16 (Portugal).

Curiosidades

MÚSICA NO LEITOR: Xano, Cigano

NO DVD: Gladiador, Tróia

NO PRATO: Bacalhau à Brás

GUARDA-FATOS: Todo o tipo de roupa, com preferência para Dolce & Gabanna

CARRO DE ELEIÇÃO: Porsche e Mercedes

PROGRAMA DE TELEVISÃO: O fraquinho do Fernando Rocha.

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