Ricardo Quaresma assume: "Sou um jogador de risco"
CORTINAS corridas, fim de peça nesta fase da Liga dos Campeões. Dragão em palco, também presta a vénia dos vencedores. Texto do apuramento na ponta da língua, Ricardo Quaresma faz valer a sua capacidade de improviso. Arrisca, ganha. Um estilo, dele, muito dele. Em nome do espectáculo.
Uma imagem feliz. «Acabámos muito bem a primeira fase da Liga dos Campeões. A intenção é dar seguimento ao bom trabalho.» O sorriso é de Ricardo Quaresma. «Podíamos ter vencido, o Arsenal jogou apenas para o empate. Saímos de cabeça levantada», está feita a análise do craque portista. O presente oferece alegria, o passado chegou a constituir ameaça: a derrota com o Arsenal, em Londres, deixou o dragão em sentido. «A equipa estava um pouco cansada, o treinador era novo e ainda não estávamos identificados com as suas ideias. Crescemos bastante, praticamos um futebol cada vez mais vistoso e revelamos qualidade.» Argumentos de sobra para insuflar a ambição dos azuis-e-brancos, por muito ricos que sejam os senhores com quem se podem cruzar já ao virar da esquina: «Nos oitavos só estão grande equipas, pelo que era indiferente terminar em primeiro ou em segundo. Há que aguardar pelo sorteio, mas o FC Porto não é de temer ninguém.»
Circulação de méritos
Duas bolas no poste. Tiraram tinta mas nenhuma ponta de brilho à noite de Quaresma. «Dão-me ainda mais motivação para continuar a jogar e a ir à procura do golo», vai à recarga o extremo portista, já com os olhos postos na baliza do próximo adversário. «Pode ser que fique para o Nacional, vamos lá ver...», promete tirar as medidas, antes de se pronunciar sobre o favoritismo interno: «Faltam muitos jogos, mas esta equipa tem grande qualidade para revalidar o título. Se prefiro ganhar o campeonato ou a Champions? As duas provas, obviamente!» Há encanto no jogo do sete portista. «Em campo, tento dar sempre o meu melhor e ajudar a equipa a vencer e a conquistar títulos», faz a circulação dos méritos, antes de chegar à fantasia do seu futebol. «Sempre gostei de ter a bola nos pés, aquilo a se chama de jogo bonito. A vida é um risco. Sem ele, o futebol torna-se normalíssimo: jogar para os lados e para trás toda a gente faz. Se não o fizermos para a frente, não há golos. Tem de haver jogadores assim e eu posso considerar-me um jogador de risco.»
MÃSICA NO LEITOR: Xano, Cigano
NO DVD: Gladiador, Tróia
NO PRATO: Bacalhau à Brás
GUARDA-FATOS: Todo o tipo de roupa, com preferência para Dolce & Gabanna
CARRO DE ELEIÃÃO: Porsche e Mercedes
PROGRAMA DE TELEVISÃO: O fraquinho do Fernando Rocha.