Recolhidas as canas pela festa da goleada ao Hamburgo, as atenções dos portistas concentram-se na deslocação a Alvalade. Para Quaresma será um novo regresso à casa onde efectuou a formação. Questão sentimental à parte, o objectivo está bem definido. "Hei-de respeitar sempre o Sporting, mas só tenho de pensar em ajudar o FC Porto a conquistar títulos", referiu. E para o conseguir nada melhor do que chegar ao terreno do adversário com o ego massajado por um resultado robusto na Liga dos Campeões. "Todas vitórias trazem-nos confiança e moral. É um jogo grande e bastante importante para nós. Vai ser uma grande partida e espero sair vencedor. Vamos a Alvalade para vencer", assegurou.

O clássico de domingo coloca em confronto os dois primeiros classificados e, na opinião de Quaresma, os melhores da prova. "O Sporting tem uma grande equipa, com muita qualidade, apesar de ser muito jovem. Mas nós temos valor para vencer lá. Ainda é cedo para as decisões porque o campeonato ainda agora começou, mas os três pontos são sempre importantes, ainda por cima diante de um adversário directo. É com esse objectivo que vamos entrar em campo. Se formos a Alvalade jogar da mesma forma, ou ainda melhor, do que fizemos com o Hamburgo podemos sair de lá com a vitória. Mas ainda é muito cedo para dizermos se vamos ser campeões ou não", referiu.

Na memória dos adeptos está ainda o triunfo da época passada que assegurou o título. Quaresma não acredita que esse resultado tenha qualquer influência neste clássico. "Não podemos viver do passado. Temos é que encarar o Sporting como um grande adversário. Sabemos que vão entrar para ganhar porque também estão habituados a isso. Não vamos ter um jogo fácil e teremos que entrar com muita vontade para tentar resolver o jogo o mais cedo possível", frisou.

Os mais de 31 mil adeptos que foram ao Dragão na terça-feira assistiram a uma boa exibição do número 7, cada vez mais perto do seu real valor. "Como viram estou a voltar à minha forma, mas nunca me preocupei com isso. Sempre confiei em mim, o treinador e a equipa dão-me muita confiança e com o tempo vou aparecer", assegurou. A explicação para as exibições mais cinzentas nos jogos anteriores têm uma explicação simples: "São fases do futebol". Quaresma sabe que não pode estar sempre ao nível que os adeptos exigem, mas mostra-se confiante de que poderá corresponder às expectativas daqui para a frente, porque apesar de haver "momentos bons e momentos maus", julga que está a "caminhar para uma fase boa", frisou. Ainda em relação ao jogo como o Hamburgo, o único momento negativo - sem contar com o golo dos alemães - foi a lesão de Anderson, obrigado a abandonar as quatro linhas ainda na primeira parte. Quaresma espera que tudo não tenha passado de um susto. "O Anderson faz falta, é um jogador com muita qualidade, apesar de ser jovem. Espero que nos possa continuar a ajudar".

Após o triunfo sobre o Hamburgo, por números que não deixam dúvidas, as contas do FC Porto no Grupo G da Champions ficaram mais simples de fazer. Quaresma prefere guardar a calculadora no bolso para usar mais tarde porque estão a chegar jogos importantes na Liga. "Em primeiro lugar está o Sporting e é nesse jogo que vamos pensar. O Hamburgo e a Champions ficam para depois", referiu.

Com apenas um ponto conquistado nas duas primeiras jornadas, o FC Porto não podia voltar a vacilar na Liga dos Campeões. E não vacilou. "Era um jogo importante, precisávamos dos pontos para não dificultarmos ainda mais a nossa vida numa fase exigente. Era uma vitória importante para nós, ainda para mais com o jogo que vem aí. Sabíamos que íamos ter dificuldades porque o Hamburgo está a atravessar uma fase complicada, mas entrámos fortes e fizemos um grande jogo, justificando o resultado", sublinhou. Os números do primeiro triunfo na prova de Jesualdo Ferreira são inequívocos. Afinal, o adversário não foi tão forte como parecia ou foi o mérito foi todo dos dragões? "Entrámos muito bem no jogo. Marcámos o primeiro golo muito cedo, antes ainda dos vinte minutos, isso facilitou-nos a vida", admitiu.